sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Segurança
Delegada se despede de filho assassinado


Aproximadamente 300 pessoas compareceram ao sepultamento do universitário Jair Rosado Nascimento, 25 anos, realizado na tarde de ontem, no Cemitério Jardim da Saudade. Jair, filho da delegada Líbia Rosado, atualmente lotada na sede da Polícia Civil,  foi assassinado na noite de quarta-feira em frente à UCSal, em Patamares, dentro do seu carro, um CrossFox de placa NTP 7421,  ao parar no semáforo, em um suposto assalto.
O universitário, que iria se casar no mês abril, cursava o sétimo semestre de Administração de Empresas na Católica e se preparava para a primeira aula do curso de férias quando o crime ocorreu. O sepultamento contou com a presença de amigos e familiares do universitário, além de colegas policiais e delegados solidários à dor de Líbia Rosado, que precisou ser atendida por uma equipe médica durante o sepultamento. “Vá em paz meu filho, sua mãe estará aqui, rezando por você”, falou a delegada, ao se despedir do corpo do filho.
Protesto - Estudantes da UCSal presentes ao enterro apontam a falta de segurança na Avenida Pinto de Aguiar como a principal causa  da morte de Jair. Segundo Edmilson Jesus, colega de sala do universitário morto, os criminosos aproveitam a ausência da polícia e promovem diversos assaltos na região. “A Avenida Pinto de Aguiar está abandonada. Postos de gasolina, motéis, restaurantes, pedestres, todos são vítimas de roubos. No período de aulas da universidade ainda ficam dois PMs de guarda, mas nas férias, não tem ninguém”, afirmou.
Hélio Costa, outro colega de sala de Jair, comentou que a onda de criminalidade não se restringe apenas à avenida. “Qualquer pessoa pode entrar na universidade. Temos apenas seguranças patrimoniais. Há cerca de dois meses, um grupo de seis homens assaltou a agência bancária da UCSal. Também já vi arrastões nos pontos de ônibus. Os assaltantes passam de moto e levam tudo de quem está esperando o coletivo”, disse o estudante de Administração.

Polícia prende quatro suspeitos

Na madrugada de ontem, quatro suspeitos de cometer o crime foram presos no Gleba C, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. Segundo a polícia, não há, até o momento, nada que prove que o quarteto foi responsável pelo homicídio. No entanto, o grupo foi detido em um carro semelhante ao usado pelos criminosos que assassinaram o jovem.
A prisão dos quatro suspeitos ocorreu após uma denúncia anônima. Idelfonso Vieira Caminha Neto, Sérgio Ricardo Bispo Souza, Cristian de Jesus Oliveira e Hebert Reis Solino foram detidos em flagrante com sete cápsulas de cocaína, um revólver calibre 32, 93 gramas de cocaína, uma balança digital, celulares e cartões de crédito roubados.
 Os quatro estavam divididos em dois carros, um Sandeiro de placa GBM 1717 e o Punto JRR 3608, descrito pelas testemunhas do crime como o veículo utilizado pelos assassinos de Jair. Cristian e Hebert  haviam recebido o benefício de saída temporária durante o Natal e não voltaram para a cadeia.
Os suspeitos foram encaminhados para a 18ª Delegacia (Camaçari) e posteriormente transferidos para a sede da Secretaria de Segurança Pública. Eles negaram qualquer envolvimento na morte do universitário. O delegado geral da Polícia Civil, Joselito Bispo,  disse que as investigações continuam, apesar da prisão dos suspeitos do crime.

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